1. Mas primeiro, o que é aromaterapia?
Aromaterapia é uma terapia holística com objetivo de potencializar a sensação de bem estar físico e psicológico, sendo realizada com óleos essenciais, por inalação principalmente.
Esta técnica vai muito além da simples escolha por cheirinhos agradáveis, tendo resultados medicinais e auxiliando na recuperação do paciente em determinadas enfermidades.
Durante a inalação dos aromas, os canais olfativos são estimulados, resultando em uma ativação do sistema límbico (segmento do sistema nervoso que está intimamente conectado as emoções e sentimentos). Através desta estimulação, o sistema nervoso reage às propriedades aromáticas inaladas, sendo isso traduzido em sensações prazerosas e de bem estar. Os diferentes óleos essenciais têm diferentes propriedades e consequentemente provocam diferentes reações em nível de sentimento. Ou seja, há uma conexão direta entre o olfato e as emoções e é isso que aromaterapia explora.
A técnica em animais é muito semelhante a humanos, tendo-se um cuidado especifico na escolha dos aromas, devido a diferenças expressivas na capacidade olfativa de humanos e animais. No humano, o epitélio olfativo tem 20 milhões de células sensoriais, enquanto no cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, sendo obviamente muito mais potente.
Apesar de possuir poucos possíveis efeitos colaterais, é sempre recomendado que a aromaterapia seja realizada com auxílio de um profissional da área.
2. Qual a origem da aromaterapia?
Tudo começou no Egito antigo, sendo considerado o berço dos óleos essenciais. Os egípcios usavam os óleos essenciais para cerimônias religiosas, no processo de cura de doentes e no embalsamento de cadáveres. A partir do século XVI, o comércio dos óleos começou a ser valorizado e com isso difundiu-se mundialmente.
O nome do método, aromaterapia, foi criado pelo químico francês Maurice René de Gattefossé, em 1928, de forma acidental. Maurice queimou seu braço e acidentalmente mergulhou-o em óleo de lavanda e para sua total surpresa notou que houve redução no grau de dor e melhora significativa na regeneração local. A partir destas observações, o francês iniciou seus estudos frente às propriedades terapêuticas de óleos essenciais, além de seus possíveis usos na época.
Já na 2ª Guerra Mundial, os médicos tinham que lidar com escassez de medicamentos e desta forma iniciaram o uso de óleos essenciais, obtendo bons resultados. Vale lembrar que isto era a realidade daquele momento e hoje a aromaterapia tem forma de uso e indicações específicas, não na cura de doenças, mas como auxiliar.
3. Aromaterapia funciona com cheiro de qualquer coisa?
O olfato tanto dos animais como de humanos é estimulado frente a qualquer cheiro, no entanto, somente o aroma de óleos essenciais é atualmente considerado como aromaterapia. Lembrando que óleos essenciais são diferentes de outros produtos, como por exemplo, essências, fragrâncias, perfumes e etc.
Os óleos essenciais são substâncias voláteis obtidas a partir de plantas medicinais (principalmente de folhas, flores, raízes, sementes e frutas) com efeito terapêutico cientificamente comprovado. O óleo de cada planta contem componentes únicos e característicos, incluindo aroma, composição e indicações.
O óleo pode ser extraído da planta de diferentes formas, incluindo a destilação, a extração com solventes ou com prensas manuais.
Geralmente os óleos estão em forma concentrada e por isso deve-se evitar o contato direto com a pele (pela possibilidade de causar alergias e outras reações indesejadas). Além disso, antes da utilização o óleo precisa ser diluído apropriadamente.
4. Quais são as principais vantagens?
A aromaterapia é indicada para animais de estimação que estejam em situação de estresse, para reduzir a ansiedade, como efeito calmante natural, como estimulante geral de saúde física e mental. Tenha em mente que esta terapia não substitui as indicações feitas pelo médico veterinário e também não substitui o uso de medicamentos, caso sejam prescritos. O objetivo da terapia é atuar como auxiliar em diversos tratamentos de saúde e principalmente promover a sensação de bem estar ao seu cãozinho, além de melhorar a qualidade de vida. Aromaterapia não é uma forma de fazer milagre curativo!
5. Quais são as contraindicações e cuidados especiais?
Os óleos essenciais não devem entrar em contato com olhos, narinas, boca e órgãos genitais do animal. Se isso ocorrer acidentalmente, remova com auxilio de uma gaze limpa e óleo vegetal de semente de uva. Não lave com água, pois não será eficiente (lembre que água não se mistura com óleos).
Mantenha os frascos com óleos essenciais fora do alcance de crianças e de animais.
Óleos essenciais tem uso externo e não devem ser administrados por via oral.
Respeite a diluição necessária de cada óleo (lembre que ele vem concentrado).
Não utilize em cadelas gestantes.
Evite exposição solar direta após uso dos óleos (alguns podem sensibilizar a pele do animal).
Em animais com histórico de epilepsia, consulte sempre um médico veterinário antes, pois alguns óleos podem estimular ataques.
6. Como é feita a aromoterapia?
Em animais de estimação, a aromaterapia pode ser feita aplicando o óleo na pele/pelo do animal, por difusão ou por inalação. Na inalação usa-se difusor de ambiente ou aromatizador, na modalidade elétrica ou à base de velas, sendo que este último tem efeito mais prolongado. Independente da forma de uso da aromaterapia, os óleos essenciais tem que ser sempre diluídos em óleos neutros previamente o uso.
7. Me interessei pelo assunto e quero aprender mais!
Sempre procure orientação de um profissional antes de iniciar qualquer tratamento no seu cãozinho. Pergunte a opinião do médico veterinário de sua confiança antes, para verificar se não há alguma contraindicação especifica para seu melhor amigo!
Médica Veterinária Esp. MS. Fernanda Carlini Cunha dos Santos